terça-feira, 22 de abril de 2008

Magik Markers

Mais uma banda que começou como um trio e se tornou uma dupla. Os Magik Markers, uma descoberta que eu fiz bem recentemente, surgiu em 2001 com Leah Quimby no baixo, Elisa Ambrogio na guitarra e Pete Nolan na batera. Eles ganharam fama abrindo para o Sonic Youth durante a sua turnê americana de 2004. O disco de estréia deles saiu em 2005 pela Ecstatic Peace!, a gravadora do Thurston Moore. Até então a banda produzia álbuns que eram distribuidos em cds-r. Em 2006, Leah abandonou a banda, que continuou como uma dupla. O disco que eu posto aqui pra vocês é o segundo de estúdio deles e se chama "Boss", e foi produzido pelo Lee Ranaldo, do Sonic Youth.


Magik Markers - Boss (2007)

Ruídos. Eu ainda vou falar muito essa palavra aqui. E é assim que começa "Boss", com uma improvisação ruidosa na guitarra. A bateria surge e a música toma formato de canção. Os vocais de Elisa são muito semelhantes com os de Kim Gordon. Aliás, até então os Magik Markers faziam apenas improvisações e temas experimentais, a partir deste disco é que eles começam a trabalhar em canções, mas sem abandonar o experimentalismo e o noise. As músicas todas se baseiam no barulho guitarrístico. "Body Rot", a segunda faixa, é rápida, como um punk rock, e lembra algumas canções de "Sister", disco de 86 (se não me engano) do Sonic Youth. "Last of the Lemach Line" é mais lenta, mas continua lembrando o Sonic Youth oitentista com Kim Gordon nos vocais. "Empty Bottles" é uma surpresa: pianos e vocal melódico. Very Beautiful. Em "Taste" a guitarra retorna, criando um clima viajante sobre a base bateria/baixo (acredito que aquilo seja um baixo, talvez seja uma guitarra, se alguém souber, diga). A faixa 6 começa com piano, ameaçando ser mais uma balada como "Empty...", mas ela segue lenta com guitarra e vozes no fundo. "Pat Garrett" é instrumental e baseia-se nos mais variados sons produzidos na guitarra. Extremamente viajante. "Bad Dream / Hartford's Beat Suite" inicia com contagem e mais uma surpresa: violão folk dedilhado e uma paisagem bonita tecida pela guitarra. Triste e bonita, com Elisa cantando melodicamente de novo. E isso a torna superior à baixista do SY: a melodia vocal. Dá pra contar nos dedos de uma só mão as músicas em que Kim canta de forma tão bela assim. Voltando ao mundo noise, a última música do disco traz um clima pesado, com guitarras que parecem o som de ventos uivantes, e que vão se tornando mais agressivas à medida que a canção se desenvolve. E "Circle" se despedaça nos seus últimos segundos, pondo fim à essa obra que deve agradar muito aos fãs do SY, assim como agradou a mim.
  1. "Axis Mundi" - 6:23
  2. "Body Rot" - 2:19
  3. "Last of the Lemach Line" - 8:59
  4. "Empty Bottles" - 4:32
  5. "Taste" - 4:21
  6. "Four/The Ballad of Harry Angstrom" - 5:22
  7. "Pat Garrett" - 4:08
  8. "Bad Dream/Hartford's Beat Suite" - 4:12"
  9. "Circle" - 3:15
Tamanho:68 MB Download

E aqui dois vídeos da banda ao vivo.

Pat Garret:


Free Jam:


Alguns links:
A página deles no site da Ecstatic Peace!
Myspace
Entrevista que eles deram ao site Bodyspace

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