
Apresento-lhes Jards Macalé. Músico carioca que iniciou a sua carreira nos anos 60,
com muita influência da Bossa Nova e da Tropicália. Compôs muitas músicas que depois seriam regravadas por outros nomes conhecidos da mpb, como Caetano Veloso e Gal Costa, porém nunca recebeu reconhecimento como um dos grandes nomes da música brasileira, pelo contrário, considerado um músico "maldito", até hoje ele é desconhecido por muitos.
O disco que eu deixo aqui pra vocês é o primeiro LP dele, de 1972,que já tinha lançado um compacto em 1970. Com uma produção crua, arranjos cheios de acordes dissonantes e muitas vezes improvisados, executados com a ajuda de Lanny Gordin (o grande guitarrista da Tropicália), o disco foi um fracasso de vendas, o que o levou a ser retirado das lojas e hoje é uma raridade.
Canções como "Farinha do Desprezo", "Mal Secreto" e "Farrapo Humano", misturam as mais diversas influências, de Bossa Nova, Samba, Avant Jazz e Rock, demonstram a criatividade de Jards, que aliada com a sua interpretação melancólica, e em alguns momentos até cômica, como na segunda faixa, "revendo amigos", que teve problemas com a censura por causa dos versos "Se me der na veneta eu mato, se me der na veneta eu morro, e volto pra curtir", mas acima de tudo honesta, torna esse um dos melhores discos de música brasileira de todos os tempos, e o mais injustiçado.
Audição recomendada, enquanto o Caetano fica cada vez mais caduco, e os novos artistas da mpb optam pelo conformismo ao invés de tomar riscos, Jards Macalé continua na ativa, fazendo o que gosta, e praticamente esquecido pela mídia.

1972 - Jards Macalé
1. Farinha do Desprezo
2. Revendo Amigos
3. Mal Secreto
4. 78 Rotações
5. Movimento dos Barcos
6. Meu Amor Me Agarra e Geme e Treme e Chora e Mata
7. Let's Play That
8. Farrapo Humano / A Morte
9. Hotel das Estrelas
e pra finalizar, um vídeo de Jards Macalé tocando "Mal Secreto" em 2007,
com Lanny Gordin na guitarra:
Baixem, "ouvam" e comentem!
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