
John Coltrane é um dos músicos mais cultuados e influentes de Jazz de todos os tempos. Sua carreira começou nos anos 50, quando foi convidado para tocar com Miles Davis, famoso trompetista de Jazz. Em 1960, Coltrane formou seu primeiro grupo em que ele participava como líder, e a partir dai ele lançou vários discos que fizeram história.
"A Love Supreme", de 1964, é considerada a sua obra prima, em que ele concilia estilos como o Hard Bop do inicio de sua carreira, com o Free Jazz que ele desenvolveria mais tarde. O quarteto que toca nesse disco é composto por Coltrane no Sax Tenor, McCoy Tiner no piano, Jimmy Garrison no baixo e Elvin Jones na bateria. O disco possui ao todo 4 faixas:
Aknowledgement: Essa faixa começa já com Coltrane solando, enquanto a base é construida em cima dos acordes dissonantes no piano, e a bateria se movimenta de forma aparentemente livre, então lentamente, Coltrane começa a executar um "refrão" no sax, e depois o larga para repetir o mantra "A Love Supreme", até a estrutura da "canção" se desfazer.
Resolution: Inicia com um pequeno solo de baixo, para entao entrar o resto da banda, com o sax tocando o melódico tema da composição. Ele se silencia, deixando o pianista solar sobre o ritmo complexo e ao mesmo tempo swingado -wow- da cozinha da banda. Logo, Tiner começa a tocar acordes dissonantes e Coltrane volta a cena, soprando seu sax num estilo atonal, e assim segue até o fim da faixa.
Pursuance: Um improviso de bateria, e então a banda entra em cena, com a cozinha tocando de forma improvisada, o piano soltando notas dissonantes, e o sax tocando o tema. Então Coltrane se cala para deixar mais uma vez o pianista falar, solando ao mesmo tempo que constroi uma "cama" com seus acordes aparentemente aleatórios, porém de uma forma que soa muito harmônica. A bateria dá o ritmo rápido da música. Coltrane com seus discursos novamente, e dialoga com a bateria de forma extremamente enérgica -woow-. Depois de alguns minutos de dialogo entre os dois, Coltrane volta a repetir o refrão da música, e o baterista executa viradas furiosas, para então toda a banda se acalmar brevemente, sobrando apenas a bateria, com suas viradas rápidas e cheias de técnica, e o baixo tocado de forma livre, que logo fica em primeiro plano quando a batera se silencia, finalizando os 10 minutos dessa que é a faixa mais comprida do álbum, mas que não é nada cansativa, a menos que tu não tenha fôlego pra acompanhar a banda.
Psalm: A última faixa do disco é a mais calma, começa com tambores rufando como num ritual religioso oriental -WOOOW, me puxei agora- enquanto Coltrane "declama" um poema seu que aparece no encarte do disco. Ele "declama" o poema no sax, fazendo o caminho inverso dos beatniks como Jack Kerouac, que pretendiam fazer seus escritos soarem como Jazz. Enquanto a bateria constroi uma atmosfera mistica, junto com as notas "flutuantes" do piano, o sax é soprado de forma relaxada e melódica, em comparação com as outras faixas do disco. Essa musica possui um clima religioso muito forte, como o próprio título insinua (Psalm = Salmo), um tema que Coltrane ainda iria desenvolver mais enquanto ficava mais velho e caminhava mais em direção ao Free Jazz. Nos seus minutos finais, coltrane chega a um discreto extase, como uma breve iluminação, e o disco acaba de forma discreta e silenciosa.

1964 - A Love Supreme
1. Pt. 1: Aknowledgment
2. Pt. 2: Resolution
3. Pt. 3: Pursuance
4: Pt. 4: Psalm
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Não é necessário dizer como eu acho esse disco foda. Baixem essa porra.
Como não existe nenhum vídeo (pelo menos eu não achei), da única performance ao vivo desse album, então eu deixo aqui um vídeo da época em que Coltrane tocava sax no grupo liderado por Miles Davis. Aí eles aparecem executando "So What", a primeira faixa do clássico album de Davis, "Kind of Blue":
That's all folks, até a próxima.
2 comentários:
Jazz... muito bom, ótima indicação...
o blog está indo muitooooooo bem!
obrigado!
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